quinta-feira, 28 de julho de 2011

O líder que dá resultado

Uma boa liderança envolve centenas de variáveis, entre elas a cultura da empresa e o que se tem a oferecer.

Em cada organização a questão da liderança é tratada de uma maneira diferente. Então, não existe um padrão, uma receita de bolo para que uma empresa tenha bons líderes. O desejável é que eles, em última instância, tragam bons resultados para a empresa e para a equipe. Mas nem sempre isso é fácil.

“Hoje trabalhamos com a liderança situacional, ou seja, para que um líder exerça bem sua função, depende do contexto, da cultura da empresa, das pessoas e do que cada um tem a oferecer”. A afirmação é de Soraia Pena, gerente de Recursos Humanos da agência de publicidade digital CUBOCC e professora de disciplinas de RH do Senac.

Soraia tem uma grande vivência em RH de grandes empresas e já viu um pouco de tudo. “O bom gestor pode ser muito amado, mas quando precisar 'fechar o tempo' não vai perder a credibilidade ou confiança da equipe. Ele deve saber transitar bem entre o que o momento pede, os processos e as pessoas.” completa.

Embora essa equação dependa de cada organização, existem algumas competências que são praticamente obrigatórias para quem almeja essa posição:
  • Saber se comunicar: se expressar bem, saber falar, mas também ouvir e explicar uma coisa, mais de uma vez se necessário. O líder não deve achar que a equipe já sabe de tudo. 
  • Dar o exemplo: o líder não deve cair no “faça o que eu digo mas não faça o que eu faço”. Quem não dá exemplo cai no descrédito e não tem o respeito da equipe. 
  • Assumir erros: sempre que acontecer, deixar claro que errou e saber pedir ajuda. 
  • Respeitar o ritmo da equipe: tem pessoas que produzem devagar e com qualidade. 
“Com relação a resultados, minha percepção é que líderes muito focados em processos e resultados acabam por falhar com as pessoas e vice-versa. Hoje se trabalha com coaching para equalizar essas duas competências. E o RH tem que ter foco em analisar os perfis de liderança, e, uma vez mapeado isso, conduzir as contratações e treinamentos”, completa Soraia.

A especialista em RH destaca como lidar com alguns pontos importantes no relacionamento entre gestores e sua equipe:
Intimidade
O bom líder deve conhecer bem a equipe, mas não deve estar envolvido pessoalmente. Quando torna-se muito íntimo corre o risco de perder o respeito e a confiança do time. Ele deve conhecer o histórico da pessoa, mas ter um relacionamento pessoal não é exatamente necessário para que o trabalho funcione bem. Já no aspecto profissional, o líder deve conhecer muito bem o currículo de cada pessoa da equipe, para saber com o que pode contar.
Todo gestor deve ter muita intimidade com o trabalho a ser desenvolvido. Não necessariamente precisa colocar a mão na massa, não precisa saber a fundo tecnicamente, mas o suficiente para saber se o trabalho entregue tem qualidade. Porém, numa situação crítica deve saber arregaçar as mangas e resolvê-la. Hoje o líder deve ser muito mais de estratégia do que operacional, deve pensar na utilização da equipe, ter visão geral do trabalho.
Líder sem querer
Existem muitas pessoas que chegam à posição de gestor, mas não tem o perfil de liderança. Não é exatamente por um acaso que elas chegam lá, mas muitas vezes a empresa oferece um cargo de chefia como reconhecimento e também para justificar um salário mais alto. São profissionais com perfil técnico que evoluem, mas gostariam de continuar em suas funções.
Muitas vezes, o profissional aceita o cargo por status, pois aquela posição “brilha”, mas não funciona no dia a dia. Aí entra o trabalho do RH e de consultorias, que ajudam a mapear esses perfis e as competências desejadas para cada posição. O líder pode ser treinado, mas ele tem que querer aquela função.

Aprender a ser líder

Ainda se discute muito se um líder é somente aquele que tem vocação ou se isso pode ser desenvolvido. Empresas e profissionais buscam cada vez mais a ajuda de consultorias e escolas, o que indica que as competências e habilidades de cada um podem ser trabalhadas e aperfeiçoadas. Ter um curso sobre gestão no currículo faz diferença. E, com a grande procura, os conteúdos são aperfeiçoados. Esses cursos, em geral, ajudam também na hora de procurar um emprego e mostram que, além do conhecimento técnico, o profissional se interessa e se prepara para cargos de liderança.

Fonte: Portal HSM

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